sexta-feira, dezembro 10, 2004

Il Fenómeno

A partir de hoje, pretendo convidar pontualmente algumas pessoas para enriquecerem o meu blog com algumas palavras suas.
Hoje, o rol de convidados especiais inicia-se com a pessoa que de certa forma de inspirou para o mundo da blogosfera. Uma pessoa que pelo seu sentido de humor apurado, e eloquência consegue dissecar os mais variados tema de uma forma singular, ao alcance de muito poucos. Aqui no TakeArabbitHome apresento-vos um pouco do Luís Viveiros, a.k.a Il Fenómeno.

Porque é que estas imagens me perseguem dia após dia, após dia, após dia?... «O passado já passou» repito para mim mesmo lembrando-me do que me dizem…
Mas não! não passou! Está mesmo aqui e persegue-me e tu não entendes! Porquê? Ajuda-me caramba! É assim tão difícil agarrares-me a mão? É assim tão impossível amares-me?
Devia ter-te feito isto, devia ter feito aquilo... devia, devia, devia... e se, se, se... porra! Puta de vida! Estou farto dos devia e se's na puta da minha vida, porra! Estou farto de não perceber o porquê das coisas não aconteceram como eu quero.
Resta-me agarrar-me a um provérbio chinês que li algures, num qualquer livro intelectualóide quase que aposto: "Não podes evitar que os pássaros da tristeza voem sobre a tua cabeça, mas podes evitar que eles façam ninhos nos teus cabelos".
É isso que me resta? Evitar que se façam ninhos nos meus cabelos?

Sinto a necessidade ainda, de acrescentar uns pensamentos extraídos directamente do seu blog, esperando que não se importe com tamanha audácia:

O Sofrimento
Plínio escreveu que as duas coisas mais difíceis de suportar na existência humana eram o falhanço e a idade.No entanto, ambos estavam intimamente ligados. Os falhanços decorrem da limitação própria do tempo. Quando não estamos limitados o carvão acaba por se transformar em diamante, a areia em pérolas, os gorilas em homens.
O problema é que durante a nossa existência, os gorilas não têm tempo para deixarem de ser gorilas e o carvão de se transformar em diamantes. Falhamos porque somos fugazes.Existe no entanto os falhanços de amor, os que mais doem. Porque no amor falhamos por falhar não pela limitação do tempo. Quando a pessoa que amamos não nos quer, nem que vivêssemos todo o tempo deixávamos de falhar. Nunca deixaremos de ser gorilas, carvão ou areia.
E isso é que destrói: a impossibilidade de alguma vez sermos diamantes e pérolas por mais tempo que tivéssemos.

Il Fenómeno