Beijo na boca

Inspirado por um dos programas da Prova Oral desta semana, decidi recorrer ao baú das memórias, tentando relembrar o meu primeiro beijo (leia-se: 1º beijo numa miúda).
Se pensarmos bem, o processo biofísico do toque carnal entre lábios de 2 pessoas é algo de certo modo Freudiano. Passo a explicar: Não é por acaso, que recordamos eternamente este momento, enterrando-se no nosso sub-consciente, acompanhando-nos até que o Alzheimer nos preste "aquela" visitinha.
Segundo Freud (ok...não sei se efectivamente ele disse isto. Mas se não disse, deveria ter dito), a ânsia de darmos o nosso primeiro beijo, e o processo em si relaciona-se de forma estreita com a sensações obtidas durante os primeiros meses de vida, quando amamentamos nas nossas mãezinhas, e onde o contacto físico encontra-se no seu auge.
É óbvio que quando demos o nosso primeiro beijo não estávamos a pensar de todo nas nossas mães. Pelo menos eu não pensei… e a quem pensou...Um conselho: que se calem para sempre (Não é uma coisa para se espalhar)
O mais giro dos primeiros beijos, é que eles se repetem pela vida fora. No fundo não recordamos o 1º de todos, mas sim, o primeiro de todas as pessoas especiais que passaram pela nossa vida.
Após algum esforço, e trabalho mental, cheguei a um nome: Cristina. Tinha uns 6,7 anos, esbelta e elegante (foram mesmo estas palavras que me vieram à cabeça com 6 anos). Ela, prima do meu melhor amigo de infância, prendeu me o olhar, depositando em mim a semente da testosterona. Depois daquele dia, soube que era isto que queria fazer para o resto da minha vida.
Não me lembro da sensação, só sei que foi emocionante. Foi como deve ser feito...às escondidas.
Foi na escola, por detrás da garagem, que se encontrava mesmo ao lado dos campos de netball (espécie de Corfebol praticada pelos países anglo-saxónicos), paredes meias com o campo de futebol. O espaço era mínimo. Um metro de largura, entalados entre a garagem e uma parede centenária de rocha maciça. Um amigo, policiando a entrada Norte, dava aquele cunho oficial. Naquela idade, é fundamental, a presença de testemunhas...Não vá a escola inteira duvidar dos teus feitos heróicos.
A hesitação, os olhares envergonhados, o palpitar frenético do coração são coisas de que não me esqueço.
Subi numa pedra, que se elevava do chão (sim...era mais alta do que eu. E depois? É mau?), fechei os olhos e relembrei as técnicas faladas com os meus pares. E aconteceu…Em cada segundo que passava a aprendizagem aumentava exponencialmente. O menino faz-se homem!
Sorrimo-nos através dos lábios dormentes, a cumplicidade marcante…e fugimos do local da descoberta.
A todos vocês, peço que comentem este assunto, dizendo como foi o vosso primeiro beijo.(Não necessita de ser um testamento, apenas 2 ou 3 frases) Talvez indicando o local, com quem foi e todos os pormenores que entenderem.

Beijos e Abraços

Rabbit