terça-feira, janeiro 18, 2005

A minha amiga e o Alfie

Ontem, foi dia de cinema. Após uma desenfreada insistência por parte de duas amigas minhas, lá fui ver o Alfie com o apetecível Jude Law (opinião feminina, pois claro.)
Não mais do que 20 pessoas ocupavam o vazio da sala. Dessas, apenas 5 viam o Alfie como concorrente, homens por certo. As restantes enchiam o espaço despojado com estrogéneos e progesterona. Uma luta desigual, a minha fragrância abafada.

Enquanto assistia confortavelmente às peripécias do Alfie, um risinho descontrolado mas tímido desviava a minha atenção do ecrã.
ih ih ih ihi ouvia-se.
Tal como os animais e plantas e todos os organismos vivos, também os risos podem ser classificados por divisões taxionómicas, espécies e sub-espécies.
Existem os genuinamente divertidos, fundados num alicerce humorístico. O riso cínico, uma espécie de ovelha negra da família, odiado por muitos, mas utilizado por todos. Existe ainda o riso macaca empregue frequentemente para que todos vejam o quão divertidos nós sois. O riso cordial, riso este controlado e simpático, um cartão de visita nos contactos diários com estranhos. Por fim, temos o riso do "flirt", sem tradução precisa para Português.
Um riso doce, descontrolado e tímido acompanhado por um aumento dos batimentos cardíacos. E suores frios?, inquirem vocês. Não…esse sintoma só se instala aquando da segunda fase. Uma fase mais apaixonada, menos “flirtatious”.
Era assim o riso dela…
Os olhinhos da Patrícia, escondiam desejos. A curva dos lábios insinuava luxúria. Os músculos da face ganhavam vida própria, descontroladamente uniam-se para formar um sorriso, espelho da sua alma.
O seu olhar inundado de azul reflectido através do ecrã.
Ai, se o Jude pudesse ver…
Está certo que o gajo tem pinta e usa o cachecol como eu. Mas minhas meninas...Não era preciso tanto.
Olhava para ela, e relembrava-me os meus tempos de liceu. As miudinhas do 7º, repletas de paixão pelo rapaz mais velho do 10º ano. A cada passagem, um mar de risos descontrolados e olhares penetrantes lançados em sua direcção.
Poucas vezes vi a Patrícia tão feliz e durante tantos minutos seguidos. Foram quase duras horas de puro êxtase.
Da próxima vez, quero ir ver um filme com a Charlize Theron, ver se isto se pega.

Patricia and Jude siting in a tree.
K.I.S.S.I.N.G
First comes love then comes marriage
Then comes Patricia with a baby carriage.

2 Comments:

  • que idade tinha a Patrícia, 14?

    By Blogger trintapermanente, at 11:58 da manhã  

  • Concordo, era uma "batalha" mais justa!;)
    N consigo parar de rir a imaginar o tal sorrisinho da tua amiga q, de certeza, nem reparou q estava a ser observada...muito perspicaz,pq tenho a certeza q a maior parte das pessoas n reparavam nesse fenómeno. Mas é verdadeiro!

    Pensem nas comédias românticas.às xs pensamos, vou ver este filme q já sei q é estúpido mas apetece-me estupidificar um bocadinho...e,mm frente ao inusitado das situações, damos por nós a sorrir, um sorriso parvo, de quem se sente feliz pelo protagonista. Estilo "ai q bom q eles smp acabaram juntos"...e olhem q já tentei controlá-lo mas ele leva-me smp a melhor! Será q sou uma "happy endings people" e ainda n tinha reparado?;)

    By Anonymous Anónimo, at 4:47 da tarde  

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