Silêncio
Olho repetidamente para ele, como se as batidas do coração dependessem da sua frequência.
As horas passadas ao telefone perderam-se no silêncio dos teus gestos.
O pequeno envelope, um sinal de esperança, deixou de piscar.
Tento descortinar alguma anomalia que o justifique.
Já me justificaste, eu sei. Mas mesmo assim, a vontade não se deveria sobrepor a tudo isso? Pensei que a minha presença se tinha tornado indispensável. Indispensável não, mas viciante.
Tens o poder do silêncio.
Para ti, é um reflexo da confusão que se encontra a tua vida, para mim é o oxigénio que escasseia.
Para ti, é um bálsamo, para mim, veneno.
É amante, é pecador. Nem as memórias escapam à sua sedução. O último suspiro vigilante chega ao sabor da tua voz, de forma como te ris, como me olhas, como te moves…
O despertar esse é perverso, quase cruel onde a realidade demora assentar para um novo dia sem ti…
O silêncio, o teu, deixou de ter voz. E com ele, a forma como me ouvias.
Esboçava sonhos com os teus contornos. Sem os muros do costume, eras tu que os preenchias, e eu deixava.
Agora, os contornos estão cada vez mais ténues, fazes questão em os apagar.
Sinto-me excluído…Quero desistir. Peço-te que não me deixes.
As horas passadas ao telefone perderam-se no silêncio dos teus gestos.
O pequeno envelope, um sinal de esperança, deixou de piscar.
Tento descortinar alguma anomalia que o justifique.
Já me justificaste, eu sei. Mas mesmo assim, a vontade não se deveria sobrepor a tudo isso? Pensei que a minha presença se tinha tornado indispensável. Indispensável não, mas viciante.
Tens o poder do silêncio.
Para ti, é um reflexo da confusão que se encontra a tua vida, para mim é o oxigénio que escasseia.
Para ti, é um bálsamo, para mim, veneno.
É amante, é pecador. Nem as memórias escapam à sua sedução. O último suspiro vigilante chega ao sabor da tua voz, de forma como te ris, como me olhas, como te moves…
O despertar esse é perverso, quase cruel onde a realidade demora assentar para um novo dia sem ti…
O silêncio, o teu, deixou de ter voz. E com ele, a forma como me ouvias.
Esboçava sonhos com os teus contornos. Sem os muros do costume, eras tu que os preenchias, e eu deixava.
Agora, os contornos estão cada vez mais ténues, fazes questão em os apagar.
Sinto-me excluído…Quero desistir. Peço-te que não me deixes.
5 Comments:
Nuno, não desistas...deve haver uma explicação, tem de haver! just trust your instincts...se sentes que ela merece confia nesse instinto... E se precisares, antes de desistires, vai tu à procura da justificação...só quando todas as cartas estiverem na mesa é que podes caminhar seja em que sentido for. Porque de orgulho e bloqueio de sentimentos vivem os idiotas.
muitos beijinhos, c.xuxu
By Anónimo, at 1:44 da manhã
Tem calma menino ...que para compensar as tristezas....o Benfica ganha o campeonato outra vez este ano :)
Canina
By Anónimo, at 2:20 da tarde
escreves tão bem. mas porque tão poucas vezes? por vezes é melhor parar, puxar dum cigarro e aguardar. [depois] o que tiver que ser encaminhar-se-a por si. calma. think smart! beijocas
By trintapermanente, at 5:57 da tarde
temos e ir tomar umas bejecas....
:)
Pássaro
By Anónimo, at 10:58 da tarde
I took a rabitt home.
E foi das melhores coisas que fiz.
O dia tinha aparecido feio, esquecera-se de se arranjar para me convidar para sair.
O tédio arrastava-me as pantufas sob o áspero soalho de madeira carunchoso e naquele casarão velho, de que só conhecia o meu quarto e algumas divisões que usava, tudo o resto era mistério.
Os passos eram expectantes e inseguros, dirigiam-se com vagar para o desconhecido.
Diante de mim, iluminado a luz trémula e intermitente, já sintoma de falta de pilha na lanterna, estava agora todo um estreito corredor de portas ao alcance das minhas mãos. Ao fundo, no meio de tantas fechadas, sobressai uma entreaberta. Aproximo-me e empurro suavemente uma porta pesada que, para meu espanto, não range.
A lanterna, apontada para o chão, projecta na parede um ténue jogo de sombras em que um coelhinho simpático numa dança atarantada se move para trás e para diante.
Achado onde julgava apenas poderem morar ratos, trouxe-o comigo um coelhinho. Com cuidado e carinho, apertava nas mãos o ser frágil e por descobrir, capaz de a qualquer momento se escapulir por entre os meus dedos ao caminhar. Sem medo, o coelhinho erguia a cabeça e farejava o ar, enquanto inspeccionava com grandes olhos azuis curiosamente tudo o que via em seu redor.
A fim de lhe ouvir a respiração, fui encostando a cabeça e, cada vez mais próxima, apercebi-me.
Aquele coelhinho inspirava vida e expirava inspiração. E ao som da respiração melódica a que se juntava o batimento sincronizado de um veloz coração pequenino, tudo em redor parecia ter uma nova cor, uma vida ao ritmo do meu coelhinho, que deitado nas minhas mãos, parecia já ter crescido aos meus olhos.
E assim, com o meu Golias (baptizei-o assim; há-de ser maior em terras de uns e menor nas de outros, sem nunca deixar de ser o meu, o unico coelho gigante) debaixo do braço e um sorriso que os raios do sol me iluminavam a toda a gente, saí pela branca porta de vitrais da mansão das maravilhas.
(Apeteceu-me escrever um texto simbólico-metafórico e, sem qualquer culpa, a vítima foi o teu blog. O resultado é o que se vê pelo que, ao menos para a tua parcial compreensão do texto, acho necessário deixar a chave:
dia está para vida
casarão está para internet
corredor está para hi5
porta entreaberta está para perfil-blog
coelhinho está para os textos que li e gostei
O resto... sinceramente, não faço ideia... =P)
By Anónimo, at 12:31 da manhã
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